sexta-feira, 10 de junho de 2011

Duas histórias ótimas (e reais!) de amigos meus, já que eu cansei de estar sempre tirando sarro comigo mesma nesse blog

(Antes de mais nada, cansei também de usar itálico em citações em inglês, gente. A partir de agora vou me aventurar, viver perigosamente, ESSE É O MEU JEITÃO DE ESCRITA!)

1.

Tenho uma amiga. O nome dela é Dini* (*os nomes serão drasticamente alterados a fim de preservar a identidade dos envolvidos). Na casa da Dini há um largo acervo de livros de culinária para microondas. Sério, são alguns vários fascículos só com receitas práticas de micro - ou nem tão práticas assim. Não lembro o nome, mas é algo tipo "você e seu microondas - viva com praticidade e harmonia" (just made that up). E é incrível a técnica e a habilidade de Dini diante seu gadget culinário. Ela poderia vender microondas na polishop como algo completamente inovador - sem alterar nada no eletrodoméstico - e ficaria milionária. Mas enfim, o caso é que com toda essa exímia habilidade na pronta-alimentação, Dini não é muito, digamos assim, versada nos demais campos da gastronomia.
Um dia, segundo a narrativa da própria, ela ficou cheia de vontade de comer cenoura e beterraba. Lá foi a moça, rumo ao supermercado comprar as tais da cenoura e da beterraba - itens dos quais ela não estava muito habituada. Comprou, pesou, pagou, até aí tudo bem. Chegou em casa e foi deliciar-se com seus quitutes quando notou, sorrateiramente, que eles estavam duros. Lógico. Putz, que azar, comprei uma cenoura e uma beterraba estragadas! - pensou. Nossa, mais lógico ainda. Resolveu ligar para a mãe dela.
- Mãe, comprei uma cenoura e uma beterraba, mas elas estão duras demais, acho que estão estragadas!
- Estão cruas, isso sim! Tem que cozinhar antes de comer.
- Aaaahhh...
Dini não teve dúvidas: encheu um tupperware de água, colocou boiando ali a cenoura e a beterraba e meteu no micro. Não demorou muito até ouvir algo que soava como uma pequena implosão. Ela diz que o microondas é roxo por dentro até hoje.

2.

Na época de colégio ainda, uma das atividades bacanas do nosso "grupinho" era reunirmos para ir ao cinema. Tenho dois amigos que são praticamente vizinhos, a Juliane* e o Guilhermo*. No final de uma dessas sessões, o Gui ofereceu carona pra Ju, já que a mãe dele viria buscá-lo. Ele pretendia ainda comprar um tênis e a mãe dele queria passar no supermercado, a Ju disse que tudo bem, iria junto com eles. Esperaram um pouco até que a mãe e a avó do Gui chegaram. Foram, os quatro, até o supermercado, onde a mãe escolhia os itens, a avó acompanhava, o Gui ia dando opiniões e a Ju apenas os seguia. O Gui foi carregando as compras, enquanto sua mãe sugeriu que eles a esperassem sentados em um banco, pois a avó já deveria estar cansada, enquanto ela ia buscar o modelo do tênis que o Gui já havia escolhido. A avó sentou no banco vazio, o Gui largou as compras no chão e a Ju ficou ali, parada, junto com eles. Nenhum dos três havia trocando uma palavra até então. O silêncio foi quebrado pela avó.
- Pssshh... Psssh...! Guilhermo...
- Quê, vó?
- Senta aqui com a vó no banco.
- Não, vó, tô a fim de ficar de pé.
- Psshhh, Guilhermo, senta aqui.
- Não quero, vó.
- Mas eu quero falar uma coisa contigo.
Quando Guilhermo finalmente sentou, a avó inclinou-se para o seu lado, fez uma conchinha com as mãos e cochichou no ouvido do neto:
- Abre o olho com as compras, Gui, que essa guria tá nos perseguindo desde o cinema!