domingo, 14 de março de 2010

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Funcionária do Mês

Eis que hoje, passado um certo período, eu resolvi sentar e escrever sobre a demissão. Mas ao invés de escrever algo rancoroso, conforme eu tanto planejei nestas tardes de desemprego que passei no Odeon, bebendo um vinho, fumando um cigarro, ouvindo um jazz e amaldiçoando baixinho o dia em que o estúpido e prepotente curso de Publicidade e Propaganda nasceu, eu achei melhor descrever o período em si. Até porque escrever linhas rancorosas seria coisa de mal-comida, e tá aí algo que eu não sou. Já fui em alguns momentos dessa vida, poucos, acrescento, mas não que isso venha ao caso. Então. Vamos aos fatos.
Segundo os psicólogos segundo o site caretaker (fico amarradona nessa falta de referências. minhas e do site), há sete fases do sofrimento, e essas sete fases são superadas em simples sete passos que, se bem compreendidos, facilitam a passagem pelo rito todo. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que era apenas trocar "ente" por "trampo" e a coisa toda funcionaria como mágica. São as sete fases: o choque, a negação, a culpa, o medo/insegurança, a raiva/fúria, depressão e, por fim, a aceitação. Abaixo, seguem as definições do site e a evolução do meu sofrimento de acordo com cada uma.

O choque é uma forma de mecanismo psicológico que protege uma pessoa. Quando uma pessoa está em choque, ela funciona normalmente durante algum tempo, até que a realidade venha, na medida em que estabelece que um trampo querido já não existe mais.

É, logo que me disseram, eu ainda fiz a gracinha de colocar no photoshop uma foto minha bêbada em uma moldura dourada escrito logo abaixo "Funcionária do Mês", e espalhar pela agência. Pisei fora do local, entrei no Odeon e, além de "um vinho", eu só consegui falar "fui demitida", catatonicamente, pelos próximos 40 minutos. Não que o Seu Odeon se importe e não que os garis da praça da Alfândega se importem, mas era só o que eu articulava no momento.

Negação [...] é a fase em que uma pessoa não vai aceitar que um trampo querido já se foi. Esta é uma sensação natural.

De fato. Eu ainda atendia o telefone aqui de casa com "Verdeperto, bom dia" e abria e fechava os softwares, procurando sabe-se lá o quê, como quem abre a geladeira e não sabe do que tem fome.

Culpa é um processo normal durante o luto, porque uma pessoa automaticamente pensa que ela não fez o suficiente ou poderia ter feito as coisas de forma diferente para evitar a morte de um trampo querido.

Lembrei da época do Fórum Social Mundial, em que eu tanto bati o pé em relação à área de respiro que deveria haver no Boletim FSM, enquanto minha chefe insistia que aquele "espacinho em branco ainda dava pra botar foto". Ou ainda de como eu fui querida com a freelancer que fez um trabalho porquíssimo nas Programações, ao trocar fontes, cores e tamanhos sem preocupar-se com padrões. Não comentei nada do erro com ninguém, para não causar desavenças. Hoje em dia, ela está ocupando o meu lugar. Como eu sou ingênua.

Depois vem o medo, onde a pessoa começa a sentir-se insegura porcausa da situação em que se encontra. É mais evidente em crianças, pois a maioria dos adultos acaba não mostrando essa fase de tristeza para o mundo exterior.

É (pausa para a colherada no Sucrilhos), não mostro mêrmo. Sou curíntia e toco terror, tenho medo de nada não.

Sentir raiva ou fúria é parte normal do luto. Muitos psicólogos (muitos quem?) consideram que esta fase é uma das mais importantes etapas do processo de luto, uma vez que ajuda a passar para a pessoa mais próxima a aceitação da morte do trampo amado. Esta raiva é normalmente direcionada para as pessoas em volta e não para o falecido.

É... xinguei bastante. Xinguei publicitários, xinguei administradores, joguei encostos, espalhei maldades, botei os filho dos outro nas maconha e essas coisa caótica. Mas aí me dei conta de que eu sou fina e, repito, esse lance de xingar por aí e ser grossa à toa é bem coisa de mal-comida. Que feio.

Depressão é algo que todas as pessoas que estão sofrendo vão percorrer. Elas se sentem como se não valesse a pena viver e quaisquer sintomas de depressão não devem ser tomados de ânimo leve. Nesta fase, uma pessoa pode sofrer de insônia, falta de apetite e não tem concentração.

"Eu vou pra outro planeta e viro líder do seu povo", diz magrão do Avatar. "Eu vou pra uma ilha misteriosa e viro líder do seu povo", diz Locke. "Eu tenho um blog", diz Luciana da novela. "Eu também", digo eu, "tenho um blog", acrescento. ;/

A última fase do luto, a aceitação, é quando uma pessoa finalmente aprende a lidar com a morte de um trampo querido. Esta é a fase em que a pessoa finalmente admite que a perda é uma forma permanente e quando uma pessoa chega a essa fase, começa o processo de cicatrização.

Ô galera, então, quem souber de uma parada aí, só prender o grito, viu. Não se acanhem. Meu emeio é silpont arroba hotmail ou gmail ponto com, só avisar aí que estamos aceitando. Faço concertos ruidosos de gaita (tô aprendendo a oitavada), faço frete, carreto, carreteiro, enfim. Mando currículos também e enquanto não postar, é porque estou fazendo um portifólio que não seja que nem a minha cara. Pô, eu podia estar roubando, matando. Ajuda eu, ajuda eu, rápido, senta nos brinquedos!