sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Solitária

Quando fiz 15 anos, ganhei um solitário lindo que era da minha avó. De ouro, com uma pedra maravilhosa. Acredito que ela o tenha ganho quando tinha essa idade também. Por coincidência, é exatamente do tamanho do meu dedo. Nunca o uso, com medo de perder. Hoje resolvi usar. Estava de jeans e havaianas, achei que daria o tom do high-low. Botei no dedo anelar da mão direita, já que o da mão esquerda possui cadeira cativa para o anel de coruja.
Estava na Renner, um pequeno caos se formava na fila. Quando chegou minha vez, uma efusiva e hiper maquiada mocinha me atendeu, oi, boa tarde! Qual a forma de pagamento?. Cartão Renner, como sempre, em 4 vezes sem o seguro. Não, não quero concorrer a 3 mil reais, obrigada. Foi no manuseio da carteira que ela percebeu o anel. Não sei se estava na TPM, se estava grávida, se havia casado há pouco, mas o anel mexeu com os sentimentos dela. Nossa, que lindo teu anel de noivado!. Hahahaha! Eu, noiva! Não disse nada, apenas ri por dentro. Agradeci, não ia ficar me explicando pra mocinha. Agradeci e emendei: É, bonito, né, meu noivo é muito romântico, sabe, ele sabe que eu adoro solitários, ia me dar algo mais convencional como um anel comum, mas preferiu escolher uma pedra para me agradar, ele me pediu em noivado há pouco, acho que vamos casar ainda na metade do ano, são tantos os preparativos, nossa!
Não tinha porque ficar dando explicação, né?